Leonard Bernstein

Filho de imigrantes ucranianos, Leonard Bernstein nasceu numa pequena cidade a aproximadamente 50 Km de Boston, no norte dos Estados Unidos. Estudou música em escolas de primeiríssimo nível – a Universidade de Harvard, e o Curtis Institute, da Filadélfia.

Depois de terminar curso no Curtis Institute, Bernstein seguiu para Nova Iorque, onde começou a trabalhar e tomar contato com música popular. Sua carreira progrediu muito rapidamente, até ser indicado regente assistente da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque.

Um dia, o regente convidado Bruno Walter adoeceu subitamente, e Bernstein teve que reger em seu lugar, de última hora e sem ensaio. Foi um imenso sucesso!

O concerto havia sido transmitido para todo o país, e no dia seguinte, o New York Times reportou a história na primeira página e no editorial. Bernstein tornou-se, do dia para noite, uma celebridade. Era novembro de 1943, e ele tinha apenas 25 anos de idade.

Jeremias

Além disso, nessa mesma época Bernstein começava a aparecer como compositor, de sólida formação. Antes desse primeiro sucesso como regente, ele já havia escrito sua primeira sinfonia, intitulada “Jeremias”. Cada um de seus movimentos tem também um título. O 1º é Profecia; o 2º Profanação e o 3º Lamento.

Bernstein: Symphony No. 1 “Jeremiah” – II. Profanation. Vivace con brio (Live)

Fancy Free

Vamos agora para a música do Balé “Fancy Free“, de 1944. A coreografia foi de Jerome Robbins, que se tornou muito conhecido por seus trabalhos na Broadway.

No vídeo abaixo podemos ouvir alguns trechos da música que Bernstein escreveu para esse espetáculo; aqui, a influência do jazz é claramente perceptível.

BERNSTEIN: Fancy Free: Three Dance Variations / CYSO’s Symphony Orchestra · Tinkham

Uma obra em que a fusão do clássico europeu com a música popular norte-americana é evidente – incluindo até uma pitada de música popular cubana no último movimento.

Big Band

Em seguida uma obra que eu considero muito especial: Preludio, Fuga e Riffs, para clarineta solo e Big Band.

Aqui a mescla entre música europeia e norte-americana é ampla. Temos uma das mais antigas e consagradas formas clássicas, o prelúdio e a fuga. A forma é clássica, mas o meio de expressão escolhido é tipicamente jazzístico: a Big Band.

A Big Band é uma das mais notáveis invenções musicais norte americanas, uma pequena orquestra de altíssima potência sonora e versatilidade, formada por trompetes, trombones, saxofones e uma sessão rítmica.

Tudo isso além da clarineta solista. O tecido musical foi cuidadosamente trançado usando ritmos e harmonia do jazz e da música europeia. E finalmente, não posso deixar de dizer que a forma original – Prelúdio e Fuga, tão europeia – foi contaminada por uma terceira parte tipicamente jazzística, chamada Riffs. A palavra riff significa um trecho musical simples que é repetido muitas vezes.

Leonard Bernstein – Prelude Fugue and Riffs (1949)

A peça tem três movimentos: Prelúdio para os metais, Fuga para os saxes e Riffs para todo mundo.

West Side Story

Para terminar, vamos à obra mais conhecida de Bernstein: West Side Story, um musical da Brodway produzido no ano de 1957.

O espetáculo partiu de uma transposição de Romeu e Julieta, de Shakespeare, para os subúrbios de Nova Iorque. Dois jovens, pertencentes a etnias e gangues rivais, se apaixonam, Maria, de ascendência Porto-Riquenha, e Tony, de ascendência Polonesa.

A forte temática social, sofisticadas coreografias e igualmente sofisticada música fizeram com que a peça se tornasse um divisor de águas no teatro musical norte-americano.

Foram realizadas nada menos que 732 apresentações, e em seguida o espetáculo começou a viajar. Quatro anos mais tarde ele virou filme, recebendo nada menos que 10 Oscars.

Na mesma época Bernstein preparou uma suíte sinfônica da música original, intitulando-a “Danças Sinfônicas de West Side Story”. É uma obra admirável, uma das mais executadas do compositor.

Ela tem nove movimentos, que são tocados sem interrupção:

1) Prólogo

2) A canção Somewhere

3) Scherzo

4) Mambo

5) Cha-cha

6) Cena do Encontro

7) Fuga

8) Briga de Rua

9) Finale

Symphonic Dances from “West Side Story”

Espero que tenha gostado deste post!

E aqui vai uma dica de leitura para que conheça mais sobre Leonard Bernstein!

Clique na imagem acima, e você irá para o site da Amazon Brasil, onde poderá ter mais informações.

Ah, e não vá embora sem antes deixar um comentário!

Saudações Musicais!

Siga-nos! Dê seu like! Compartilhe! E Obrigado!!!
error
fb-share-icon

14 comentários em “Leonard Bernstein”

    1. Olá Egypto. Sim, eu fiz o artigo pensando no filme. Mas preferi não citá-lo, não sei bem porquê…. rsrsrs.
      De qualquer maneira, também não me empolgou, embora tenha achado a fotografia muito bonita.

      Prá compensar, estou fazendo um minicurso onliine sobre sua obra!

      Um abraço e obrigado por ter visitado o site, venha sempre!!!

  1. Obrigada por tão ricas informações. Assisti o filme Maestro e achei que retrata muito pouco a sabedoria musical de Leonard Bernstein.

    1. Olá Maria de Fátima.

      Sim, é isso mesmo. Os realizadores do filme preferiram retratar sua vida particular, em especial sua realação com a esposa, e todos os oroblemas e conflitos inerentes a ela. Pode ter agradado aos fãns de cinema, mas com certeza os apreciadores de música ficaram um tanto frustrados. Muitas pessoas me relataram opinião igual à sua.

      Obrigado por visitar meu site! 🙂 Aproveito para convidá-la a vistar meu canal no youtube: https://www.youtube.com/@maestrogalindo

      Um grande abraço!

  2. Querido Maestro. Estou assistindo na Netflix o filme : Maestro. Achei belíssimo.
    Realmente um gênio da música , claro como todo gênio , comportamentos nada conceituais dos padrões dos chamados “normais” .
    Muito oportuno sua elaborads pesquisa.
    Gostei muito !!
    Cordialmente
    Claudinei

  3. Não sei se estou correto, mas, algum tempo atrás, um guitarrista americano (?), estudando Bossa Nova com Carlinhos Lyra (não me lembro direito se Carlinhos Lyra, pois ouvi, o que seguirá, numa entrevista, no canal “Curta!”), disse que o jazz era como que uma “marcha militar”, e que a BN veio dar “balanço” ao jazz.
    Leonar Bernstein, ao utilizar de elementos de “música latina”, não teria pretendido dar uma “face” menos americana” à arte musical erudita americana? No primeiro exemplo, me parece que o Grand Canyon está ali… Bom, não vou me ´prolongar muito… Parece que Rameau, na “Les Indes Galantes”, apreendeu o ritmo indígena em “S’ils Sont Sensibles”)… É claro, que as diferenças temporais são grandes, mas Villa-Lobos n´ão fez o mesmo em “Rasga Coração”?)

  4. Muitíssimo obrigada por contar esta breve estória sobre o maestro, compositor e… muitas outras facetas de Lenny (Leonard Bernstein). O brilhantismo criativo em concertos com obras contemporâneas a preços populares ou transmitidas por rádio foi determinante para formar um grupo gigantesco de fãs ainda no século XX. Minha adoração pelo cinema e suas trilhas sonoras me deixaram mais curiosa em conhecer ainda mais sobre ele. Obrigado pelo post maestro Galindo. Feliz dia de Natal para você e seus familiares e quem mais estiver pertinho de você agora.
    Abraços musicais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *