Os Nacionalistas: O Grupo dos Cinco, 3a. parte.

A postagem de hoje é sobre Cesar Cui.

Música Russa Grupo dos Cinco Cesar Cui

César Cui é um nome que o amante da música de concerto volta e meia encontra em em revistas especializadas, encartes de CDs, etc.

Mas é fato que sua música é muito pouco conhecida.

E sua vida, da qual sabemos muito pouco, é muito interessante.

A presença de Cui no Grupo dos Cinco é um paradoxo, ou mesmo um mistério.

Ele foi o menos russo dos cinco. Seu pai era francês, um militar do exército de Napoleão que, após a retirada decidiu não voltar para seu país. Havia se apaixonado por uma jovem lituana, de descendência polonesa, e com ela se casou. Estabeleceu-se na cidade de Vilnius, onde conseguiu um trabalho como professor de francês.

Nesta cidade nasceu Cesar Cui, que cresceu aprendendo nada menos que quatro línguas: francês, polonês, lituano e russo. E aí, caro leitor, creio que está a raiz do paradoxo que eu mencionei há pouco. Cui haveria de, entre outras coisas, tornar-se um prolífico crítico e cronista musical, tendo escrito uma grande quantidade de textos sobre música. Nesses textos, ele advogava vigorosamente a criação de uma estética musical genuinamente russa. Contudo a sua música, na maioria dos casos, não materializa essas crenças. Em muitas obras o que ouvimos é um compositor universalista, admirador dos estilos e Chopin e Schumann.

Nikolay Rimsky-Korsakov, que se tornou o mais conhecido do grupo, deixou escrito que Balakirev, o lider do grupo, e o mais radicalmente devotado à causa da estética russa, “permitia um certo grau de liberdade a Cui, tratando com indulgência muitos elementos qua não se afinavam com suas preferências”.

Acontece que o talento de Cui para as pequenas peças era realmente excepcional. Nas suas miniaturas, peças de 2 a 4 minutos, ou até mais curtas, ele conseguia criar com perfeição estados de espírito precisos e climas de absoluto erncanto.

Execução de Philip Edward Fisher.

É um tanto chocante ouvir essa declaração do próprio compositor:

“ Embora Russo, eu sou meio francês, meio lituano, e eu não tenho o sentido da música russa em minhas veias….

Mas há algumas obras de Cui em que o espírito russo está presente, como a Suíte Orquestral no. 3, opus 43, à qual o compositor deu o título de “In Modo Popolari”.

São seis movimentos: Allegro Moderato, Moderato, Vivace, Moderato, Allegretto e Vivace ma non troppo.

Execução da Orquestra Filarmônica de Hong Kong, dirigida por Kenneth Schermerhorn.

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