Concerto nº 2 para Violino de Paganini

Paganini estudou composição com Ferdinando Paer, que foi um dos mais importantes compositores de ópera italianos da geração que antecedeu a Rossini. Desse estudo resultaram vários quartetos para violino, viola, violoncelo e violão, os primeiros escritos quando Paganini tinha pouco mais de vinte anos de idade.

Ouvindo esses quartetos, em quatro movimentos, percebe-se que Paganini já dominava muito bem as formas e o estilo definidos consolidados no Classicismo.

Nos concertos para violino, a história é outra, aqui o que ouvimos é música romântica. Os concertos para violino de Paganini são muito bem construídos, e se inserem numa tradição dos primeiros concertos para violino românticos, de compositores como Rofolphe Kreutzer e Giovanni Batista Viotti. Esses, contudo, estão esquecidos do público, e são lembrados apenas por violinistas. Os concertos de Paganini, não; são tocados com frequência até hoje.

Eles estão repletos das suas estripulias virtuosísticas, como o Ricochet, em que o arco ricocheteia repetidamente pelas cordas, trechos superagudos e cordas duplas, a célebre “risada de Paganini”, que nada mais é que uma escala deslizante do agudo para o grave, os harmônicos, os pizzicatos de mão esquerda e muito mais….

1º movimento

Violin Concerto No. 2 in B Minor, Op. 7, MS 48 (arr. M. Dellaborra for violin and orchestra)

2º movimento

Contudo, obras de grande envergadura como um concerto romântico não se sustentam apenas nas estripulias virtuosísticas. O que as mantém de pé são belas melodias, trechos vibrantes, ou seja, diversidade, que evita a monotonia.

Sendo assim, o 2º movimento é completamente diferente. Ele começa com uma introdução que não tem nada de clássica.

Há um enorme contraste entre o bucolismo pastor de trompas e flautas, e trechos de grande dramaticidade e potência sonora. Quando o violino solista entra, nos sentimos ouvindo uma aria de uma ópera romântica italiana.

Violin Concerto No. 2 in B Minor, Op. 7, MS 48 (arr. M. Dellaborra for violin and orchestra)

3º movimento

O 3º movimento é primorosamente construído, com Paganini esbanjando criatividade em belíssimas melodias e ritmos envolventes. Ele recebeu o apelido de La Campanella – O Sininho – porque Paganini usa um pequeno sino em sua orquestra, que resulta num efeito ao mesmo tempo bem-humorado e delicado.

Essa melodia tornou-se um enorme sucesso a ponto de outros compositores como Liszt e Strauss escreverem peças baseadas nela.

Violin Concerto No. 2 in B Minor, Op. 7, MS 48 (arr. M. Dellaborra for violin and orchestra)

“Sonata para Gran Viola e Orquestra”

Uma obra em que conferimos a competência de Paganini em construir obras de grande envergadura, bem como o seu estilo já bastante desligado do classicismo, e repleto de romantismo. Uma obra inovadora para seu tempo, escrita em 1826, quando Beethoven ainda estava vivo, e muitos compositores ainda estavam totalmente presos aos padrões do Classicismo.

Ainda faltavam 4 anos para o surgimento de um dos grandes marcos do romantismo: a Sinfonia Fantástica de Berlioz.

Em 1833 Paganini, após ouvir a “Fantástica”, encantado por ela, encomendou a Berlioz um concerto para viola. O resultado foi a sua 2ª Sinfonia, conhecida como Haroldo na Itália.

Paganini decepcionou-se com a obra, por não ser virtuosística. Rejeitou-a e decidiu ele mesmo escrever uma peça para viola e orquestra. O resultado foi a “Sonata para Gran Viola e Orquestra”, na verdade um pequeno concerto, com 3 movimentos interligados.

Sonata per la grand viola

Espero que tenha gostado deste post!

E aqui vai uma sugestão de CD para que conheça mais sobre a obra de Paganini!

Clique na imagem acima, e você irá para o site da Amazon Brasil, onde poderá ter mais informações.

Ah, e não vá embora sem antes deixar um comentário!

Saudações Musicais!

Siga-nos! Dê seu like! Compartilhe! E Obrigado!!!
error
fb-share-icon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *