Beethoven: surdez e superação

BEETHOVEN: SURDEZ E SUPERAÇÃO.

Franz Joseph Haydn viveu entre 1732 e 1809.

Foi professor de Beethoven.

Ele também foi surdo … de certa forma….

Chegou ao final da vida consagrado, festejado por seus compatriotas austríacos e admirado por todos os amantes de boa música em toda a Europa.

Sua arte atingiu um patamar elevadíssimo!

Perguntado sobre o segredo do sucesso, Haydn respondeu sem pestanejar:

“Trabalhei durante mais de 30 anos para os Eszterházy, uma riquíssima famíllia aristocrática do Império Austro-Húngaro.

Durante metade do ano ficava com eles no Palácio de Eisenstadt, uma cidade a 50 km de Viena; durante a outra metade, no Palácio de Fertöd, no nordeste da Hungria”.

Palácio de Fertöd, residência de verão da família Eszterházy.

Haydn continua:

“Loucos por música, os Eszterházy mantinham uma orquestra privada para deleite próprio; meu trabalho era compôr música e reger concertos para eles.

Fazendo isso por 30 anos, isolado, longe de qualquer centro musical, não ouvia muita coisa do que produziam outros compositores. Não sabia direito o que estava na moda. Compunha o que vinha na minha cabeça, sem medo de críticas e comparações. Assim, me tornei original, e no final da carreira, fiquei rico e famoso!”

Podemos dizer que, de certa forma, Haydn ficou surdo; surdo para o mundo ao seu redor!

Com isso fez o que ninguém havia feito até então e conquistou o sucesso!

BEETHOVEN.

Beethoven, como todos sabem, também ficou surdo, mas aí a coisa foi mais radical! Ele ficou surdo MESMO!

E foi muito, muito mais longe que Haydn, o seu professor.

Sua música revolucionou o mundo, e chegou a influenciar a sociedade e a política da Europa.

Nenhum músico tinha feito isso até então!

NINGUÉM QUER FICAR SURDO …

Ninguém quer ficar surdo, é óbvio. Só de pensar na possibilidade, a gente imagina uma vida extremamente limitada, na qual tudo ficará mais difícil.

Mas aí vem Beethoven, e mesmo surdo – além das muitas outras doenças que o perturbaram por toda a vida, assunto para outra hora – dá um salto transcedental e faz uma música absolutamente original.

A gente então começa a pensar que neste mundo de excesso de informação, é preciso ser seletivo e escolher o que ouvir. Praticar a surdez seletiva.

SUICÍDIO?

Muita gente não sabe que Beethoven, quando se deu conta de que estava ficando surdo, pensou em se matar!

Não é balela, ele deixou isso escrito numa carta. Só que a gigantesca pressão psicológica que sofreu, acabou por funcionar como uma catapulta, e o jogou prá bem longe.

Ele foi catapultado para um mundo particular onde, isolado, ainda mais isolado do que Haydn, criou suas obras primas absolutas!

Então quando alguém pergunta:

Como é que alguém pode compôr grande música sendo surdo?”,

eu respondo:

Justamente por isso!”

Essa é realmente uma incrível história de surdez seletiva!

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4 comentários em “Beethoven: surdez e superação”

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