“Grupo dos Cinco” foi como ficou conhecido um grupo de jovens compositores que trabalharam compartilhando uma mesma idéia; ou talvez seja mais apropriado dizer, uma mesma paixão: a criação de uma genuína música de concerto russa.
Como vimos nas postagens anteriores, durante o século XIX, os compositores dos países do norte da Europa sofriam uma fortíssima influência dos compositores germânicos, como Bach, Mozart, Beethoven, Mendelssohn, Schumann, e Wagner.
Não era pra menos: a obra desses mestres era e é um verdadeiro portento. Não era nada fácil para um músico europeu daquela época escapar desta influência. Contudo era justamente o que queriam os jovens compositores Mily Balakirev, Cesar Cui, Alexander Borodin, Modeste Mussorgsky e Nikolay Rimsky-Korsakov.
O movimento criado por eles começou em 1862, quando todos eram ainda muito jovens: Korsakov, o mais jovem de todos tinha apenas 18 anos, e Borodin, o mais velho, 28.
Mas apesar de mais velho, não era ele o líder. Sim, porque o grupo tinha um líder, que os outros quatro ouviam e obedeciam com grande reverência. Esse líder é, paradoxalmente, o menos conhecido dos cinco atualmente. Seu nome é Mily Balakirev.
De todos, Rimsky-Korsakov é sem dúvida o mais conhecido e mais tocado nos dias de hoje, graças principalmente à sua inspirada suíte sinfônica Sheherazade.
Em segundo lugar vem Mussorgsky, muito lembrado pela obra-prima Quadros de Uma Exposição
Alexander Borodin é o terceiro da lista em termos de reconhecimento, e sua obra mais tocada é a 2a Sinfonia.
Finalmente Cesar Cui e Mily Barakirev são realmente muito menos lembrados atualmente.
Esses cinco músicos começaram a compor “na raça”, se me permitem a expressão. Isso quer dizer que nenhum deles havia até então estudado composição formalmente, como se fazia nos conservatórios da Itália, Alemanha e França. Não tinham sido treinados em contraponto e harmonia. Podiam ser considerados amadores, auto-didatas em composição.
Evidentemente apoiavam seu trabalhos sobre alicerces germânicos – admiravam Beethoven e Schumann. Mas, de modo bastante arrogante, desprezavam Haydn e Mozart, que consideravam ingênuos e ultrapassados;
De J S Bach, diziam estar já petrificado; não respeitavam Mendelssohn, nem Chopin.
Ou seja, eles não eram nada fáceis, caro leitor!.
Pois bem, o que nós faremos a partir de hoje, é dedicar uma postagem a cada um deles.
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Um comentário em “Os Nacionalistas: O Grupo dos Cinco, 1a. Parte”